Memória de um tempo, no ano que mais interessa.
Caro amigo,
Como andas? Lembra-se de mim?
Escrevo com um verdadeiro receio de que minhas palavras não cheguem no melhor dos momentos... É que mesmo com tudo que temos hoje para modernizar essa nossa comunicação, a minha forma de te dizer que estou aqui ainda tem que ser esta, não há opção.
Por isso fico a mercê do tempo, que levará essas letras até você em seu ritmo. Mas acredite em mim e pense bem, essa distância dirá coisas que lhe convém.
Aconteceu de receber notícias suas há pouco. Soube que não tem mais as mesmas ideias de quando nos fazíamos companhia. Isso me deixou de certo muito feliz, ainda que eu, diferente de ti, esteja aqui, numa quase monotonia.
É que, você sabe, reluto em sair dessa minha criança. Ainda tenho toda aquela vontade, aquele medo, aquela curiosidade, tudo estampado na mesma face. Vou te confessar que ainda tenho aquelas mesmas perguntas de sempre. E cada vez mais acho que não consigo achar a resposta.
Por favor, não ache que estou sendo melancólico, não escrevi com essa ideia. Minha intenção é outra. As cartas para ti carregam alegria, de um passado que tu já tivera.
Não precisa mandar notícias, elas chegam aos montes. Continua com a sua, que quando tu menos espera, chega a minha.
Um grande abraço,
Sua antes sempre presente,
Memoria.
ruyfbarros
Uma visão divergente em um mundo de convergências
segunda-feira, 3 de julho de 2017
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Letras de Quinta feira...
Infanticídio
Não tinha frio, nem calor.
Não era cedo, nem tarde.
Não tinha hora.
Adiantado, atrasado, desejado,
nada disso conhecia.
Era só aquilo, e mais um pouco
daquilo mesmo.
Não pensava, precisava?
Não sentia, parecia?
Não sorria?
E numa dessas,
meio que de repente,
ainda que não quisesse
virou gente.
Não tinha frio, nem calor.
Não era cedo, nem tarde.
Não tinha hora.
Adiantado, atrasado, desejado,
nada disso conhecia.
Era só aquilo, e mais um pouco
daquilo mesmo.
Não pensava, precisava?
Não sentia, parecia?
Não sorria?
E numa dessas,
meio que de repente,
ainda que não quisesse
virou gente.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Pai, o que é humor?
Trotes, Rafinha Bastos, Indenizações.
JEREMIAS: Até que ponto uma piada ainda é piada?
OLAVO: Até onde se inicia o direito do próximo.
Seria fácil, se essa simplíssima resposta desse conta de uma questão destas. Entretanto, ela só aquieta os alunos do Ensino Fundamental, e talvez alguns do Ensino Médio.
J: Ora essa, aonde se inicia esse tal direito do próximo? Será mesmo que existe uma linha visível, que divide o que pode ser dito para rir, do que se é dito para destruir?; o que pode ser dito para salvar, do que pode ser dito para matar?; o que pode ser dito para defender, do que pode ser dito para submeter?.
O: A constituição. Com suas linhas rígidas, de palavras doces e livres...
J: Que de manhã podem dizer que sim, e, de noite dizer que não?
O: Nossas mentes.
J: Num mundo dotado de tanta informação que já nem se sabe direito o que é, e o que não é, mas sempre se valoriza aquilo que parece ser?
O: Mas...
J: E esse parecer ser vomitado, tenta construir uma verdade muito nua, muito crua, dentro de uma realidade que, de maneira alguma pode ser questionada? O que é que não pode ser questionado?
O: A verdade.
O que é a verdade?
JEREMIAS: Até que ponto uma piada ainda é piada?
OLAVO: Até onde se inicia o direito do próximo.
Seria fácil, se essa simplíssima resposta desse conta de uma questão destas. Entretanto, ela só aquieta os alunos do Ensino Fundamental, e talvez alguns do Ensino Médio.
J: Ora essa, aonde se inicia esse tal direito do próximo? Será mesmo que existe uma linha visível, que divide o que pode ser dito para rir, do que se é dito para destruir?; o que pode ser dito para salvar, do que pode ser dito para matar?; o que pode ser dito para defender, do que pode ser dito para submeter?.
O: A constituição. Com suas linhas rígidas, de palavras doces e livres...
J: Que de manhã podem dizer que sim, e, de noite dizer que não?
O: Nossas mentes.
J: Num mundo dotado de tanta informação que já nem se sabe direito o que é, e o que não é, mas sempre se valoriza aquilo que parece ser?
O: Mas...
J: E esse parecer ser vomitado, tenta construir uma verdade muito nua, muito crua, dentro de uma realidade que, de maneira alguma pode ser questionada? O que é que não pode ser questionado?
O: A verdade.
O que é a verdade?
segunda-feira, 11 de abril de 2011
A semana passada...
A semana passada foi marcada por uma atrocidade, um evento totalmente desprovido de qualquer racionalidade. Um massacre do pior tipo, que atentou contra seres humanos em sua mais tenra infância. Jovens, que teriam vidas inteiras pela frente, assassinados de maneira fria, bruta, como se personagens de uma aventura eletrônica fossem. Não admiram rosas aparecendo no MSN, mensagens de solidariedade por todos os meios e redes sociais possíveis, declarações de personalidades. A atrocidade faz isso, gera em nós, pessoas aparentemente racionais, a raiva, a revolta.
Mas a morte não volta com uma frase no facebook. Não tem respawn na vida real. O que fazer então para não mais acontecerem atrocidades deste tipo? Fechar as escolas com mais meios de proteção que presídios de segurança máxima? Porque não ter aula numa ilha isolada no pacífico? Armar os professores e treiná-los para abater quaisquer ameaças que possam aparecer? O que os diferenciaria de carcereiros? Proibir videogames que incitam a violência? Até que ponto o cidadão acha mesmo estar jogando?
Todas as mídias falaram algo sobre o assunto. Mas e então? Será que agora, depois do fantástico, o tema vai ser algum outro que vier a ser oportuno? Ou será que vamos continuar a nos preocupar com tudo que já aconteceu?
Um post tenso, para uma semana tensa.
Boa semana para todos!
Mas a morte não volta com uma frase no facebook. Não tem respawn na vida real. O que fazer então para não mais acontecerem atrocidades deste tipo? Fechar as escolas com mais meios de proteção que presídios de segurança máxima? Porque não ter aula numa ilha isolada no pacífico? Armar os professores e treiná-los para abater quaisquer ameaças que possam aparecer? O que os diferenciaria de carcereiros? Proibir videogames que incitam a violência? Até que ponto o cidadão acha mesmo estar jogando?
Todas as mídias falaram algo sobre o assunto. Mas e então? Será que agora, depois do fantástico, o tema vai ser algum outro que vier a ser oportuno? Ou será que vamos continuar a nos preocupar com tudo que já aconteceu?
Um post tenso, para uma semana tensa.
Boa semana para todos!
quarta-feira, 30 de março de 2011
Acontece no mundo
Caro Leitor, este texto faz parte de um de meus trabalhos acadêmicos deste ano de 2011. Não tem a pretensão de ser um artigo científico, mas, quando reli pela ultima vez, acreditei em sua potencial adequação ao blog (mesmo sendo formal e tudo mais). Portanto, divido com vocês algumas de minhas peripécias acadêmicas.
As investidas da ONU na Líbia e o Direito internacional.
Recentemente, com o desenrolar das revoltas populares na Líbia, o Conselho de Segurança da ONU, na tentativa de manter a paz internacional, e o desenvolvimento digno da população civil daquele país, decretou, por meio de resolução, válida a intervenção militar em território líbio. O Direito Internacional, cujo principal expoente é a organização das nações unidas, e sua carta constituinte, neste caso permitiu que se realizasse a intervenção militar, contrariando a ideia, difundida no senso comum, de que este ramo do direito se contrapõe ao uso da força.
O objetivo do Direito Internacional, quando permite tal intervenção, não é fomentar a guerra para a satisfação de interesses econômicos das potências que nele ocupam posições de prestígio. Mas sim, como consta na totalidade da Carta das organizações unidas, e como se transcreve seu primeiro artigo, para “Manter a paz e segurança internacionais”.
A revolta na Líbia adquiriu proporções exorbitantes, assumindo características de guerra civil. A repressão por parte do governo do Ditador Muammar Kadhafi violou brutalmente os direitos humanos. Houve represálias aos profissionais do jornalismo de outros países, que documentavam a ocasião. Além do fato de que as bases governamentais executaram, sumariamente, séries de expoentes do Conselho Popular Líbio, principal organização dos rebeldes, que se manifesta por um governo democrático.
A partir do contexto, a intervenção internacional se demonstrou necessária, e se deu de maneira pacífica, na tentativa de obter uma solução diplomática entre os rebeldes, e o governo. A organização das nações unidas prioriza a solução de conflitos por meios diplomáticos, dentre eles a negociação, a mediação, a conciliação, a arbitragem, dentre outros. Essa prioridade se dá segundo uma política de soluções pacíficas, que visa às soluções que gerem menor impacto na economia global, no meio ambiente, e que ofereçam menos riscos aos direitos humanos.
Entretanto, quando improdutivas as tentativas de solução pacífica, gera-se uma tensão, por conta da ameaça a paz e segurança internacionais. Este tipo de descumprimento demanda algum tipo de sanção. A sanção no direito internacional deve se pautar única e exclusivamente na resolução do conflito. No caso da intervenção militar, ela deve objetar a anulação da situação de ofensas aos direitos humanos, e o reestabelecimento do diálogo, e da negociação, entre as partes conflitantes. Nunca se pautará pelos interesses dos autores das investidas, membros da ONU, tampouco deverão impor algum tipo de regime, ou ideologia.
No caso Líbio, conforme é expressa na resolução 1973 (2011), do Conselho de Segurança, a intervenção militar foi autorizada após tentativas de negociação, por meio de pedidos de cessar-fogo expedidos contra o governo líbio, por exemplo, que se mostraram improdutivas, e pela continuidade das ações do governo líbio, que seguiu com ataques aos rebeldes, rechaçando qualquer tipo de comunicação. Esta intervenção teria por objetivo enfraquecer as bases do governo, reduzindo assim seu aparelho repressor, e, portanto, forçando-o a se submeter a uma solução pacífica.
A partir da análise acometida, pode-se concluir, portanto, que a intervenção na Líbia não atenta contra o direito internacional, mas faz parte dele, e contribui para a realização de seu objetivo principal, a manutenção da paz e segurança internacionais.
Ruy Barros.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Esclarecimentos breves e descompromissados.
Inicialmente, um feliz 2011 ao leitor que insistiu em retornar no ruyfbarros (não mais blogando bla bla...). É notável o tempo que passou, e a ausência de conteúdo neste site. O site do ibge atualiza mais rápido que o blog. Piadas a parte, mesmo por que sou muito ruim nisso, estou repaginando isso aqui. Sim, a mudança no layout e etc. são maneiras de tentar me inspirar a voltar a escrever. Como podem ver, estou atrás de um novo header, aquela "fotinha" que fica ali em cima com o nome do Blog. No momento, vai permanecer a simplicidade do texto seco.
Aliás, falando em simplicidade, quero tornar as coisas mais simples aqui. Então, tentarei fazer posts mais frequentes, dotados de menor eloquência. Por que? Estaria eu questionando a sua capacidade cognitiva, leitor? (não pare de ler agora!) Não! Jamais faria isso com vocês. Quem sou eu para questionar alguma coisa nas pessoas! É só para me sentir mais à vontade com isso tudo, e assim dar-lhes o (des)prazer de uma certa continuidade, e periodicidade.
O nome mudou. Não é mais Ruy Barros Blogando. Agora é só ruyfbarros. Informal, e só isso. O gerúndio, por mais que não pareça, me irritava. Acho que esse é o motivo pela ausência (se estou justificando a preguiça? Sim). Não sei se esse nome vai permanecer. Acho que posso mudar quando quiser, então... sugestões serão aceitas.
Encerrando o post, quero dizer que tentarei fazer acontecer de novo. E quero também deixar aqui registrado meus sentimentos ao povo japonês. O negócio lá não é brincadeira.
A todos que esperavam um post com muito conteúdo, desculpa. Aos que estão lendo pela primeira vez, bem vindo, e acostume-se. Aos que encontraram erros de português no texto, meus parabéns.
Para não deixá-los totalmente nervosos (olha como me importo com você), uma diversãozinha:
Mais tarde volto com alguma coisa.
Ruy Barros.
Aliás, falando em simplicidade, quero tornar as coisas mais simples aqui. Então, tentarei fazer posts mais frequentes, dotados de menor eloquência. Por que? Estaria eu questionando a sua capacidade cognitiva, leitor? (não pare de ler agora!) Não! Jamais faria isso com vocês. Quem sou eu para questionar alguma coisa nas pessoas! É só para me sentir mais à vontade com isso tudo, e assim dar-lhes o (des)prazer de uma certa continuidade, e periodicidade.
O nome mudou. Não é mais Ruy Barros Blogando. Agora é só ruyfbarros. Informal, e só isso. O gerúndio, por mais que não pareça, me irritava. Acho que esse é o motivo pela ausência (se estou justificando a preguiça? Sim). Não sei se esse nome vai permanecer. Acho que posso mudar quando quiser, então... sugestões serão aceitas.
Encerrando o post, quero dizer que tentarei fazer acontecer de novo. E quero também deixar aqui registrado meus sentimentos ao povo japonês. O negócio lá não é brincadeira.
A todos que esperavam um post com muito conteúdo, desculpa. Aos que estão lendo pela primeira vez, bem vindo, e acostume-se. Aos que encontraram erros de português no texto, meus parabéns.
Para não deixá-los totalmente nervosos (olha como me importo com você), uma diversãozinha:
Evidente. Todos sabemos. |
Mais tarde volto com alguma coisa.
Ruy Barros.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Procrastinação
A procrastinação é elemento muito presente em diversas áreas da sociedade, mas evidencia-se, de maneira muito mais latente, nos ambientes acadêmicos. Digo isso pois a procrastinação acadêmica é muito comum, trata-se da tendência de utilizar-se de longos prazos para postergar as atividades pendentes. Explico: A lógica natural das coisas deveria ser entendida da forma: “Preciso estudar” , para isso “preciso de tempo”, logo, se “tenho tempo” então “estudo”. Racionalidade simples e inquestionável.
Entretanto, o que se observa, curiosamente, é a tendência a usar o tempo disponível para fins diversos ao do estudo, sejam eles de caráter altruístico, monetário, organizacional ou fútil. Para determinar tais categorias, temos antes que determinar a definição de tempo livre: Livre, é aquele tempo que não é gasto com atividades necessárias, atividades sem as quais a existência (civil, econômica e física) do indivíduo é prejudicada. Sendo assim, suceder-se à burocracia, trabalhar, higienizar-se quando sujo, são exemplos de atividades necessárias. De tal maneira que o tempo livre é aquele compreendido entre tais atividades e o sono.
Partindo de tal definição, entendemos que a procrastinação advém da ocupação do tempo livre com atividades desnecessárias, ou que não estejam associadas a nenhuma obrigação institucionalizada, promovendo assim o atraso, ou a incapacidade, da realização das outras. Resumidamente: uma inversão de prioridades.
A procrastinação altruística consiste em destinar o tempo livre à filantropia. Monetária, é quando o tempo livre é destinado ao suprimento da ganância, ou seja, gasto com atividades lucrativas extra-profissionais. Organizacional, é quando o investimento temporal se concentra na limpeza de ambientes já limpos, ou na mudança da disposição dos móveis em uma sala, por exemplo. De caráter fútil, é quando o Tempo livre é investido em situações aleatórias, como o uso de redes sociais de maneira compulsiva, ou o puro e simples culto ao ócio.
É sempre bom lembrar, que a procrastinação se materializa quando ocorre o prejuízo das obrigações institucionalizadas. Estas são as obrigações determinadas pelas entidades acadêmicas (ou mesmo por entidades profissionais, legais, etc.). Sendo assim, a procrastinação toma o tempo que deveria ser destinado ao cumprimento de tais obrigações, de forma que uma vez estas cumpridas, não mais caracterizar-se-ia a procrastinação.
A tendência à última hora.
Conseqüência direta da procrastinação é a realização de trabalhos, textos, resumos, enfim, a produção acadêmica apressada, devido à proximidade do prazo de entrega. O interessante deste aspecto, é que mesmo se ocorra a extensão de determinado prazo, haverá a tendência procrastinante. Explico: Se o indivíduo foi induzido a realizar as tarefas na última hora, por causa da procrastinação, ele solicita a prorrogação do prazo final. Em caso de sucesso, o personagem, ao invés de seguir a ordem lógica, procrastina, retornando, assim, à mesma condição inicial.
Essa tendência é explicada pela psicologia como ausência da questão organizacional no gasto do tempo. Ou por transtornos de déficit de atenção. Matérias que não são passiveis de discussão neste recinto.
Conclusão:
Se você procrastina, procure um médico.
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