segunda-feira, 3 de julho de 2017

Se nostalgia ...

Memória de um tempo, no ano que mais interessa.

Caro amigo,

Como andas? Lembra-se de mim?

Escrevo com um verdadeiro receio de que minhas palavras não cheguem no melhor dos momentos... É que mesmo com tudo que temos hoje para modernizar essa nossa comunicação, a minha forma de te dizer que estou aqui ainda tem que ser esta, não há opção.

Por isso fico a mercê do tempo, que levará essas letras até você em seu ritmo. Mas acredite em mim e pense bem, essa distância dirá coisas que lhe convém.

Aconteceu de receber notícias suas há pouco. Soube que não tem mais as mesmas ideias de quando nos fazíamos companhia. Isso me deixou de certo muito feliz, ainda que eu, diferente de ti, esteja aqui, numa quase monotonia.

É que, você sabe, reluto em sair dessa minha criança. Ainda tenho toda aquela vontade, aquele medo, aquela curiosidade, tudo estampado na mesma face. Vou te confessar que ainda tenho aquelas mesmas perguntas de sempre. E cada vez mais acho que não consigo achar a resposta.

Por favor, não ache que estou sendo melancólico, não escrevi com essa ideia. Minha intenção é outra. As cartas para ti carregam alegria, de um passado que tu já tivera.

Não precisa mandar notícias, elas chegam aos montes. Continua com a sua, que quando tu menos espera, chega a minha.

Um grande abraço,

Sua antes sempre presente,

Memoria.

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