Hoje, tive o prazer de assistir a uma das mais comentadas produções do cinema. Apesar de assistí-la tardiamente, fiquei muito impressionado nos quesitos: qualidade, etc... Assisti Avatar. É, só hoje eu assiti Avatar.
O que me chamou a atenção no filme de James Cameron foi a questão do posicionamento de quem assiste à produção. Veja só, quando assistimos "Marte Ataca", nós sempre torcemos para os homens, para que eliminem os alienígenas que invadem a terra. Quando assistimos "Independence Day" também, sentimos aquele gosto de vitória na cena em que o avião é lançado numa das espaço-naves dos alienígenas. No caso de "Zumbilândia", ficamos sempre esperando que os quatro sobreviventes consigam alguma felicidade...
Exceto pelo último dos exemplos, todos envolvem a questão do alienígena. A idéia de que estamos sendo invadidos e que precisamos nos defender. Essa idéia, curiosamente, persiste no filme "Avatar". Não torcemos para a raça humana, torcemos para os Na'vi, vibramos quando as flechas atravessam os cockpits das aeronaves humanas, e quando o sangue humano é derrubado por um azul.
Se fossemos racionais, torceríamos pelo sucesso de nossa espécie, entendendo que o que estávamos fazendo era necessário para que continuássemos vivendo, ou seja sustentando nosso meio de vida. Se pensássemos que o mineral de Pandora fosse vital, será que ainda defenderíamos o equilíbrio Na'vi?
É aí que me atento a uma questão importante: o meio pelo qual nos são expostos os fatos, as idéias, os pontos de vista, nas mídias, pode fazer-nos odiar a nossa própria espécie, torcer contra ela, processo que vai de encontro com qualquer concepção de naturalismo, ou instinto... É o poder da mídia...
Sem mais por hoje. Vejam Avatar.